1.12.15

O ofício das Jovens Bruxas (1996)

Jovens Bruxas não é uma filme bobo, apesar do título. Ele possui momentos realmente assustadores, com personagens reais e malvados. Parece ser seu típico filme adolescente, mas não é, tratando desde estupro até o racismo nas salas de aula.

Estrelado pela diva cult Fairuza Balk e a estrela do seriado americano The Mentalist, Robin Tunney com uma peruca bizarra, The Craft [algo como O Ofício]  conta com um elenco maravilhoso, tanto secundário quanto o primário, e trata de um assunto tão místico quanto o fim dos tempos: bruxaria.

Neve Campbell, a última à esquerda, e Rachel True, na outra ponta formam o resto do quarteto.


O começo da película é bem cliché, devo admitir. Conhecemos 3 meninas praticando bruxaria que não conseguem alcançar todo o seu potencial, pois ainda não podem englobar as quatro pontas do espectro. Logo depois, há um corte de cena e conhecemos a personagem de Robin Tunney, Sarah Bailey, uma típica garota tímida que se muda para um novo colégio e já começa a atrair todas as atenções, mesmo que na antiga escola fosse invisível.

As três feiticeiras recebem um aviso de que Sarah é o elo que estão procurando e logo tentam virar amigas dela. Além disso, Sarah que é a única com poderes no grupo, está sendo cortejada pelo Chris Hooker, o cara mais bonito do pedaço.

O mais peculiar no filme é que todas as garotas tem algum tipo de problema, sem exceção. Sarah Bailey sofre de amor não correspondido. A personsagem de Fairuza, Nancy Downs, de um padastro abusivo e uma mãe alcoólatra, Bonnie (Neve Campbell) de queimaduras nas costas que a obrigam a se esconder usando enormes casacos e Rochelle (Rachel True) que sofre racismo da garota mais popular do colégio, Laura Lizze (interpretada por Christine Taylor, atriz e esposa do Zoolander!).

Tudo isso muda, no entanto, quando os poderes mágicos começam a fluir. As meninas se unem e colocam a magia contra seus abusadores, mesmo sendo avisadas das consequências.


Elas também tentam conjurar uma entidade conhecida como Manon, que é tanto o bem quanto o mal, e que pode oferecer poderes incríveis. O problema é que a magia se torna negra e os motivos das meninas também, embora Sarah seja a única que se sinta culpada pelo o que fez.

Jovens Bruxas não é um filme adolescente. É um filme de transição. Ele trata de dramas colegiais, magia e amizade, mas não de um jeito convencional. Não é supérfluo ou um filme para você assistir e se sentir bem depois. Ele retrata a mesquinhez do ser humano, o ciúmes, a inveja, o amor, o ódio, embora não possamos classificá-lo como uma obra prima da sétima arte.

O roteiro tem suas falhas e a principal delas é a aparente indecisão de se classificar ou como um filme de terror ou como um filme adolescente. Ele fica no meio e tenta juntar os dois assuntos, muitas vezes deixando um furo na sua continuidade. Algumas cenas se arrastam e outras que deveriam estar presentes foram eliminadas e deixadas como extras.

Uma das cenas deletadas. 

Mesmo assim é fácil de entender como Fairuza se tornou uma diva bruxa. A atriz, inclusive, é uma wicca na vida real e ajudou e deu dicas em várias das cenas.
Outra curiosidade? O cover da música dos The Smiths, How Soon is Now, é a música-tema do filme, mas interpretada pela banda Love Spit Love. Escute aqui!  (Obs: esse mesmo cover foi usado na abertura da série Charmed! ~saudades dessa série maravilhosa~)

Entre bruxarias e amizades, a Sony confirmou que fará uma refilmagem desse filme. Eu, pessoalmente, acho uma péssima ideia, mas seria interessante introduzir a mensagem wicca para um outro tipo de público. Só há uma Nancy Downs, afinal.

Um brinde às Jovens Bruxas!


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